Que fã de rock não quis ir ao show do americano Bob Dylan, no ano passado, ou da banda inglesa The cure, há um semana? A resposta parece óbvia, mas há um plausível motivo para que um bom número de roqueiros não tenha ido assistir à esses importantes shows: o preço salgadíssimo do ingresso. O Rio de Janeiro apresenta os preços mais altos para se assistir um espetáculo desse porte, e as razões para isso são diversas, porém nem sempre bem compreendidas pelo público.
No ano passado, o lendário Bob Dylan veio ao Brasil para uma grandiosa turnê, comemorando seus 50 anos de carreira. O músico foi à Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A entrada do show no Rio alcançava a bizarra marca de R$500,00, sendo isso o ingresso mais barato, a pista lateral. O evento foi realizado na HSBC Arena, na Barra da Tijuca. Se comparado as outras duas cidades brasileiras, temos uma boa diferença no preço. Brasília: R$240,00- no ginásio Nilson Nelson- e São Paulo: R$150,00, no Credicard Hall. O caso da banda britânica, The Cure, foi, em escalas reduzidas, a mesma coisa. O show de semana passada, também ocorrido na, já citada Arena, teve seu preço mais em conta em R$200,00. Se analisarmos o prestígio internacional dos dois artistas, a proporção do valor mal se alterou, pois, para quem entende minimamente de música sabe que o prestígio internacional do americano é maior do que o da banda inglesa.
As desculpas para essa disparidade de preços são variadas. Alguns empresários do meio afirmam que os ingressos expensivos são reflexo do alto custo de vida da cidade do Rio. Isso pode não fazer muito sentido, pois, segundo o site americano Mercer e o brasileiro custodevida.com, São Paulo aparece na frente do Rio de Janeiro, em relação ao que se paga para viver na cidade, inclusive aparece em alguns rankings como a 10° cidade mais cara do mundo, e os shows são comprovadamente mais acessíveis ao público.
Outro fator usado para justificar esse preço abusivo é que um grande público da cidade consome o ingresso de meia entrada. Se em São Paulo essa porcentagem varia de 25% à 35% a cada show, no Rio é normal termos mais de 50% de meias compradas por espectadores. Significa que na Cidade Maravilhosa exista mais estudantes indo à shows? Muito provavelmente não. O que deve acontencer é pessoas tentando criar carteiras de estudantes falsas para terem um mínimo acesso à esses tais shows. Não se pode prejudicar quase 50% do público consumidor de arte musical- os que não estudam ou que não são estudantes falso- em pretexto de que a outra parte dos consumidores vai pagar menos. O que ocorre é que o preço da meia entrada é quase, o que na teoria, seria o preço da inteira, logo os sem direito ao desconto se desdobram para ter acesso à boa música, ou são excluidos dessa manifestação artística.
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